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CDS deve «afirmar mais» as suas políticas

Nuno Melo defende estratégia para o fim da legislatura. É que as legislativas do próximo ano «serão decisivas». Já Adriano Moreira deixa muitas críticas ao Governo

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Nuno Melo defende que está na altura do CDS-PP «afirmar mais» as suas políticas, uma vez que acabou a «execionalidade» da intervenção externa.

«Não será aceitável que Portugal viva nessa exceção permanente e é por isso que também entendo que o CDS terá, neste próximo ciclo, pelo menos neste termo de legislatura e no próximo ano, que trabalhar legitimamente no sentido de afirmar mais as nossas políticas, aquilo que somos e em que acreditamos», afirmou o vice-presidente do CDS, durante um jantar da «escola de quadros» do partido, que começou quinta-feira e se prolonga até domingo em Peniche.

Nuno Melo considera que as eleições legislativas de 2015 serão «decisivas para o CDS».

O centrista afirmou ainda que a decisão de o CDS integrar o Governo em 2011 não terá sido a «mais popular, mas foi seguramente a decisão mais patriótica», admitindo que os centristas tiveram que «sacrificar» algumas ideias e propostas, dada a «situação de emergência nacional».

«O CDS, até ao fim da presença da troika em Portugal, procurou sempre representar e temperar a governação com um humanismo social-cristão que só nós representamos», afirmou.

Portugueses precisam de «pão na mesa e trabalho»

No jantar esteve também o antigo presidente do CDS-PP Adriano Moreira, que criticou os «incitamentos à separação entre velhos e novos, entre funcionários públicos e trabalhadores privados, sobretudo, entre ricos e pobres».

Segundo Adriano Moreira, é essa separação que «impede» o consenso.

«É tão fácil descobrir qual é o problema essencial hoje dos portugueses, para os unir: é pão na mesa e trabalho, esta coisa simples», disse.

Adriano Moreira desafiou os jovens do CDS a fazerem um manifesto à ministra das Finanças a lembrar que D. Afonso Henriques não pagou ao Papa as onças em ouro que lhe prometeu.

«Acentuou-se a circunstância que há desde o começo da nacionalidade de que o país precisa de um apoio externo. Precisou logo da Santa Sé, D. Afonso Henriques. Prometeu ao Papa, de quem era súbdito, de que pagaria seis onças de ouro, quatro onças de ouro por ano, e o cronista diz que nunca pagou, por muito bem lembrado. Não sei se podem escrever algum manifesto à ministra das finanças sobre D. Afonso Henriques», afirmou.

Adriano Moreira considerou ainda que a melhoria de indicadores económicos não mostra uma verdadeira melhoria das condições de vida.

«Quando falam das estatísticas que melhoram, há um aspeto que eu acho que não melhora, parece que melhora. Porque a miséria está a expulsar a pobreza, emigra a pobreza, vai ficando a maior das incapacidades», concluiu.
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